por Mônica Barreto |
De 27 de Setembro a 25 de Outubro
De terça a quinta das 12 as 20h, sexta e sábado das 12h às 16h.
Curadoria: Otávio Avancini
Centro de Arte Maria Teresa Vieira
De terça a quinta das 12 as 20h, sexta e sábado das 12h às 16h.
Curadoria: Otávio Avancini
Centro de Arte Maria Teresa Vieira
Direção: Arnaldo Vieira de Alencastre
Arte ao Alcance de Todos!(+55 21) 2533.8438 / 2262.0137
oficinadeartemtv@yahoo.com.br
Centro de Arte Maria Teresa Vieira
“Esse texto não tenta dizer em palavras o que Monica Barreto
nos mostra nas suas obras da arte, mas serve para acalmar aqueles que ficam
nervosos sem receber ‘explicações’. Culpa de uma educação positivista, cheia de
ordem e progresso onde sonhos e emoções tendem a ser explicadas
fisiologicamente. Nada de abstrato aqui, nada mensuravel matematicamente, mas
livremente figurativo em todos os excessos. Olhar para uma gravura de M.B. é
como ter um acesso momentâneo a um outro mundo ‘diferente’... Pelo menos
durante os primeiros segundos (ou antes de ter lido o resto do texto)...
Explicação 1: Todas as obras de M.B. exprimem uma vontade de
se libertar. Não que M.B. se encontre mais presa que nós, mas porque ama a
sensação de estar livre. Uma vontade de viver no sentido Nietzschiano: querer
ser seu próprio deus.
Explicação 2: ‘Como sabemos isso?’: Os melhores criticos de
arte ficam sempre ‘acompanhando de perto’ ou na maioria dos casos ‘correndo
atrás’ do artista. Só para obter confidências e observar certos contextos para
então aumentar a fascinação do mergulho( cada vez que o observador se jogasse
dentro da obra). Não estamos vendo aqui pessoas que parecem ter cara de
marionetes? Marionetes dão a impressão de atuar livremente num palco, mas ficam
presas na ‘trama’ de suas cordas onde as mais fortes são aquelas invisíveis.
Voar e estar preso ao mesmo tempo, como num avião. Viajar, mas se sentir como a
bagagem, um peso a ser carregado: a imagem recorrente da mulher dentro da mala,
a mulher-mala. A mulher que não sai do armário, sempre atrapalhada por algo tão
ridículo como uma touca de bébé ou que tal por ‘laços’, outra imagem ‘fetiche’.
O ‘agent provocateur’ dentro de M.B.
se sente amarrado, mas sabe que basta puxar levemente uma das extremidades para
se soltar a qualquer momento. Do mesmo jeito que ela recorre na vida real à
performance para se livrar de uma situação sufocante ou tediosa. Há uma gravura
mais recente onde se deixou mais solta ( não se preocupava muito com o
desenvolvimento da obra em si), onde a fluidez da forma deixou um braço virar
quase uma asa...
Em certa gravura a mulher está olhando para um cavalo de
onde tantas vezes caiu, num cenário de cortinas drapeadas. Dessa vez o corpo,
cheio de autoconfiança, quer dominar o cavalo para se apropriar do seu espírito
selvagem. Ser livre aqui é tornar-se indomável. Youcan’tcontrolwhatiswild, como o Earth Liberation Front costumava dizer. É um dizer ‘sim’ ao convite
de Deleuze para ‘tornar-se animal’. Que seja um cavalo ou um pássaro. E no
próximo trabalho com cavalo somente as janelas sobram da imagem recorrente do
avião. E então, com o rosto levemente tocando a janela, é possível ter a máxima
sensação de estar voando... (Peter Beysen / antropólogo)
Apoio Cultural:
Instituto Maria Teresa Vieira
Prefeitura do Rio de Janeiro
Toka do Adesivo